quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O blogue

O blogue "A Quarta Mulher" repercute a tese que desenvolvo no meu doutoramento pela USP em Sociologia sobre as quatro gerações de imagens e imaginários construídos sobre a mulher ao longo da História. Analiso, desde 2007, imagens que vão da Pré-história até as imagens de mulheres nas publicidades do sec. XXI. Ela passa de Grande Mãe, Eva, Maria, Afrodite, Pin-Up, Manequim até chegar à quarta geração de imagens denominada de "mulher real e possível", nas imagens publicitárias do séc. XXI. A imagem da mulher transforma-se, gradativamente, na medida em que aproxima-se dos dilemas da mulher comum, da mulher "qualquer". É nessa passagem, promovida em grande parte pela relação entre a mulher e a mídia em sua reivindicação por reconhecimento social amplo, que percebemos uma possibilidade inédita de emancipação da imagem feminina. Abaixo mais informações:

Contato: isabelleanchieta@gmail.com


terça-feira, 7 de julho de 2009

Professora concede entrevista de sua pesquisa na Rádio Itatiaia no Observatório Feminino


'Observatório Feminino' - bloco jornalístico que vai ao ar todos os domingos durante o Jornal da Itatiaia destaca pesquisa da professora Isabelle Anchieta. Com um tom que aproxima a pesquisa da realidade das mulheres a entrevista contou com as jornalistas Maria Cláudia Santos, Mônica Miranda e Kátia Pereira (que compõem o quadro).

O programa vai ao ar hoje 6:30h ou 12:30h na rádio Itatiaia

O programa vai ao ar hoje 6:30h ou 12:30h na rádio Itatiaia


http://www.itatiaia.com.br/

http://observatoriofeminino.blogspot.com/

quinta-feira, 14 de maio de 2009


As quatro gerações de imagens e 

imaginários sobre a mulher


Primera mulher: TEMIDA

Essa imagem surge na Pré-história e solidifica-se na Grécia e na tradição judaico-cristã. A mulher torna-se temida como ser detentor de poderes supostamente  sobrenaturais (o que pode ser explicado pelo desconhecimento do papel do homem na reprodução). O temor a elas materializa-se, mais tarde, nas imagens de Pandora e Eva. São responsáveis por levar o mal ao mundo e carregam a contradição entre serem belas e más.

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* Reprodução







Segunda mulher : IDEALIZADA

A segunda imagem rompe com a tradicional diabolização da mulher, tornando-a o centro contemplativo da beleza. Elas são colocadas em pedestais como mães ou  deusas, especialmente no Renascimento. No entanto, seu poder é apenas simbólico: enquanto  objeto de contemplação. Surgem mais tarde  as imagens das pin-ups, no inicio século XX. São mulheres com formas esculturais, mas com comportamento ingênuo. A sensualidade ainda está ligada ao lugar de uma mulher serviçal, prestando-se a alguma função (ora sexual,ora maternal).


* Divulgação








Terceira mulher: CONTROLE DE SI
Surge no século XX, especialmente na década de 60; marcada pelo binômio corpo magro/ juventude, ela toma as rédeas de sua vida, mesmo que isso custe um excesso de auto-controle. A moda, as revistas femininas e a publicidade criam um “universo feminino” para elas que conseguem, agora, escapar da sociedade patriarcal. No entanto, trata-se de uma emancipação paradoxal já que o acúmulo de condutas eficientes torna-se  um peso para a mulher, gerando ansiedade, depressão e frustração.

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* Divulgação


Quarta mulher: "REAL" E POSSÍVEL

Pela primeira vez, no século XXI, a mulher passa a ter um papel mais ativo na construção de sua imagem social. Agora é ela que propõe sua  imagem (via pesquisas de opinião), já que até então “as mulheres não representavam a si próprias, eram representadas” (DUBY p.14, 1992). Essa mulher passa a negar os modelos unitários de beleza e de comportamento (especialmente o padrão associado a magreza e  a juventude eterna) além da crítica da idéia de multifunções eficientes (mãe, esposa, profissional). Uma mulher mais preocupada com a vida do que com o corpo, afrouxando as cobranças sociais, as representações e os estereótipos e que pode, enfim, estabelecer uma relação original com a experiência e com um homem.



Fonte:  ANCHIETA, Isabelle. Resumo da pesquisa"A Quarta Mulher: as quatro gerações de imagens e imaginários construídos sobre a mulher; de Deusa à mulher qualquer". Disponível em <http://www.quartamulher.blogspot.com/>

sábado, 25 de abril de 2009

Mônica Waldvogel e Isabelle Anchieta na Academia de Idéias


Mônica Waldvogel e Isabelle Anchieta


Tive o privilégio, ontem (24/04/09), de ter minha pesquisa sobre as imagens da mulher (A Quarta Mulher) como alvo do olhar e da análise precisa e inteligente de uma das jornalistas mais importantes do país, Mônica Waldvogel. Mônica destacou a importância e a urgência de se discutir o tema, pois julga atrasada a crítica da mídia e do gênero no Brasil se comparado a outros países. Ao entrar nas questões levantadas pela pesquisa, Mônica enfatizou que as pessoas cometem um erro ao dizer: "o homem de hoje e a mulher de hoje, colocando no plural onde não é preciso (homens) e no singular onde é impossível (mulher)".
O debate, que se estendeu por mais de uma hora, contou com a participação de quarenta pessoas no espaço da Academia de Idéias, em Belo Horizonte. Em um clima descontraído interagimos com os participantes, que, diga-se de passagem, eram pessoas interessantíssimas, que contribuíram para construir um momento rico e raro na compreensão da imagem da mulher.
Ontem foi, realmente, um grande momento: pela simpatia e inteligência da Mônica (características marcadas por suas considerações sensataz e ricas) e pela curiosidade dos convidados sobre a jornalista e sobre a pesquisa. Destes momentos que funcionam como catalizadores em nossas vidas, nos animam a prosseguir, a acreditar no passo para frente e na obstinada vontade de realizar algo significativo (mesmo que isso se dê a duras penas, e como!).
Foi um dia revelador.
A cada dia e acontecimento como esse confio no significado e na importância social da minha pesquisa. E, quanto mais percebo que a pesquisa pode contribuir para que as mulheres e os homens compreendam os significados das imagens e de suas experiências concretas no mundo, mais sinto realizar-se o propósito de minha vida. Hoje sei que essa pesquisa é o meu propósito e se ela adquire um sentido maior do que o meu interesse pelo assunto, isso potencializa ainda mais a minha realização pessoal. Estou feliz, me sinto útil.
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"Essa é a verdadeira alegria na vida, ser útil a um objetvo que você reconhece como grande" Bernard Shaw
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