quinta-feira, 14 de maio de 2009


As quatro gerações de imagens e 

imaginários sobre a mulher


Primera mulher: TEMIDA

Essa imagem surge na Pré-história e solidifica-se na Grécia e na tradição judaico-cristã. A mulher torna-se temida como ser detentor de poderes supostamente  sobrenaturais (o que pode ser explicado pelo desconhecimento do papel do homem na reprodução). O temor a elas materializa-se, mais tarde, nas imagens de Pandora e Eva. São responsáveis por levar o mal ao mundo e carregam a contradição entre serem belas e más.

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* Reprodução







Segunda mulher : IDEALIZADA

A segunda imagem rompe com a tradicional diabolização da mulher, tornando-a o centro contemplativo da beleza. Elas são colocadas em pedestais como mães ou  deusas, especialmente no Renascimento. No entanto, seu poder é apenas simbólico: enquanto  objeto de contemplação. Surgem mais tarde  as imagens das pin-ups, no inicio século XX. São mulheres com formas esculturais, mas com comportamento ingênuo. A sensualidade ainda está ligada ao lugar de uma mulher serviçal, prestando-se a alguma função (ora sexual,ora maternal).


* Divulgação








Terceira mulher: CONTROLE DE SI
Surge no século XX, especialmente na década de 60; marcada pelo binômio corpo magro/ juventude, ela toma as rédeas de sua vida, mesmo que isso custe um excesso de auto-controle. A moda, as revistas femininas e a publicidade criam um “universo feminino” para elas que conseguem, agora, escapar da sociedade patriarcal. No entanto, trata-se de uma emancipação paradoxal já que o acúmulo de condutas eficientes torna-se  um peso para a mulher, gerando ansiedade, depressão e frustração.

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* Divulgação


Quarta mulher: "REAL" E POSSÍVEL

Pela primeira vez, no século XXI, a mulher passa a ter um papel mais ativo na construção de sua imagem social. Agora é ela que propõe sua  imagem (via pesquisas de opinião), já que até então “as mulheres não representavam a si próprias, eram representadas” (DUBY p.14, 1992). Essa mulher passa a negar os modelos unitários de beleza e de comportamento (especialmente o padrão associado a magreza e  a juventude eterna) além da crítica da idéia de multifunções eficientes (mãe, esposa, profissional). Uma mulher mais preocupada com a vida do que com o corpo, afrouxando as cobranças sociais, as representações e os estereótipos e que pode, enfim, estabelecer uma relação original com a experiência e com um homem.



Fonte:  ANCHIETA, Isabelle. Resumo da pesquisa"A Quarta Mulher: as quatro gerações de imagens e imaginários construídos sobre a mulher; de Deusa à mulher qualquer". Disponível em <http://www.quartamulher.blogspot.com/>

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